Novo Motor da "Edge Of Space" Pronto para Testes


Olá leitor!


Segue abaixo novas informações sobre um grupo paulista particular chamado “Edge Of Space” que já foi abordado aqui no blog (veja a nota Edge Of Space - A Inovadora Iniciativa Paulista) e que é constituído por engenheiros, mestres ou mestrandos em engenharia aeroespacial, especificamente em propulsão líquida com formação profissional no ITA - Instituto Tecnológico da Aeronáutica.

Esse grupo que vem desenvolvendo motores e foguetes de propulsão líquida de baixo custo é liderado pelo engenheiro José Miraglia, e está desenvolvendo um projeto de um foguete suborbital e de um pequeno foguete lançador para nanosatélites. Segundo e-mail que recebi do engenheiro Miraglia, o grupo recebeu o apoio da FAPESP através do projeto PIPE (Fase I) para o desenvolvimento de um propulsor de 20 N de empuxo e agora aguarda um novo apoio através do projeto PIPE (Fase II) para o desenvolvimento de propulsores de 100 N e 1000 N, utilizando etanol peróxido de hidrogênio.

Ainda segundo o engenheiro o motor desenvolvido pelo grupo já se encontra pronto para os primeiros testes. Esse motor é monopopelente catalítico que utiliza peróxido de hidrogênio e catalisador cerâmico. O empuxo do mesmo é de 150 N e é um motor "cold", todo fabricado em alumínio, com uma excelente relação empuxo peso. Veja abaixo as fotos do citado motor.

O objetivo do grupo ainda segundo o engenheiro Miraglia é desenvolver no Brasil um programa espacial privado, visando lucro com a colocação de satélites, foguetes suborbitais e até a realização de turismo espacial usando tecnologia aeroespacial acessível de baixo custo e mesmo assim segura.

Para tanto, o grupo vem projetando um foguete suborbital para atingir 100 Km (linha de Kármán) objetivando se tornarem o primeiro grupo particular no Brasil a fazer isso. Além do projeto do foguete suborbital, o grupo vem desenvolvendo também o projeto de um lançador orbital para picosatélite entre 1 a 2 Kg e um projeto de um veículo suborbital para o Turismo Espacial.

O grupo também incentiva a “Educação para o Espaço”, como os kits de mini foguetes e material técnico encontrado no site: http://www.foguete.org/ que geram os recursos (que são poucos ainda poucos) para os investimos nas pesquisas da “Edge of Space”.

Maiores informações: http://www.edgeofspace.org/

Duda Falcão


Fonte: Site da Edge Of Space

Comentário: O que dizer de pessoas como o engenheiro Miraglia e de seu grupo? São gente que faz, são pessoas que apesar das dificuldades, buscam soluções para resolver os seus problemas e atingir seus objetivos. Acredito que iniciativas como essa em longo prazo, trarão grandes benefícios a tecnologia espacial desenvolvida no país. Em minha modesta opinião, essas iniciativas deveriam e precisam ser estimuladas pela AEB e pelos órgãos que comandam o PEB, já que ajudariam em muito na queima de etapas de desenvolvimento de peças e equipamentos necessários para o Programa Espacial Brasileiro. Porque não se criar prêmios temáticos (como é feito pela NASA) que estimulem a comunidade científica brasileira a alcançar conhecimento em áreas espaciais que o Brasil ainda não domina? Fica a pergunta para os gestores do PEB. Aproveito para agradecer de público a boa vontade do engenheiro José Miraglia e de seu grupo em liberar para o blog as informações aqui contidas nessa nota. Desejo a todos vocês sucesso em sua empreitada e coloco o blog a inteira disposição do grupo para qualquer informação que desejem divulgar para os meus leitores.

Comentários

  1. A maioria dos orgãos governamentais dos países do primeiro mundo e que dominam a tecnologia espacial como EUA, RUSSIA, FRANÇA, sabem que o futuro da conquista espacial é ir para a industria privada. O turismo espacial já e´ esta realidade. O mercado de satélites de todos os tipos também. E o lançamento de cargas no espaço é um dos mercados mais lucrativos do mundo. Hoje mesmo, li uma reportagem do grupo americano que estuda o que fazer com o Programa espacial Americano e que apresentou um documento ao Presidente Obama sobre as diretrizes que a atual administração deve tomar. A principal é passar quase tudo para o setor privado e deixar a parte governamental para retornar a Lua e chegar a Marte:

    http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/07/29/comissao-dos-eua-ouve-recomendacao-sobre-taxi-especial-privado-757026709.asp

    Um grupo como o "Space of Edge" é bastante louvavel, pois como vc mesmo disse, é gente que faz, e deve ter o total respeito das autoridades e do povo em geral. Mas no Brasil, vc já sabe, os obstáculos são muitos. Pelo menos, além de sonhadores, são pessoas competentes que já conseguiram bons resultados, e espero que todos os objetos deles sejam atingidos. PARABENS. VOCÊS SÃO BRASILEIROS DE VERDADE !

    Ricardo Melo

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  2. Olá Ricardo!

    Você tem toda razão amigo e provavelmente será o caminho adotado pelos Estados Unidos em seu programa espacial e por outros paises mundo afora. No Brasil, existe uma iniciativa nesse sentido com o “Projeto Uniespaço” da AEB, que estimula grupos a desenvolverem peças e equipamentos de interesse do PEB através de apoio financeiro, mas que a meu ver é ainda muito tímida. Outra iniciativa da AEB é o “Programa Microgravidade” que cria a oportunidade para que as universidades e centro de pesquisas do País tenham acesso ao ambiente de microgravidade através de vôos com foguetes de sondagens produzidos no Brasil, e assim possam desenvolver seus produtos que às vezes são do interesse do PEB ou de uma outra área de pesquisa científica. No entanto, como eu já disse aqui no blog algumas vezes é necessário que a AEB amplie o “Programa Uniespaço”, que crie condições para que aconteçam anualmente mais vôos de foguetes de sondagem, permitido assim uma maior freqüência nas pesquisas ligadas ao “Programa Microgravidade”, e finalmente que crie prêmios temáticos (a NASA faz muito isso) que estimulem uma competição tecnológica saudável entre grupos de pesquisas como o do engenheiro José Miraglia a desenvolverem peças, equipamentos e até foguetes e motores de interesse do Programa Espacial Brasileiro. Afinal, se temos como contar com o apoio de universidades, centros e grupos de pesquisas e a indústria aeroespacial brasileira na busca da auto-suficiência espacial, porquê então nos restringir somente ao INPE, ao IAE e ao IEAv? Fica a pergunta aos gestores do PEB.

    Forte abraço

    Duda Falcão

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