O GOES-10 Será Desativado em Dezembro, e Agora Brasil?


Olá leitor!

Segue abaixo uma notícia publicada hoje 25/11 no site “eband” da Rede Bandeirantes, destacando que o Brasil tem dez dias para apresentar uma proposta aos americanos para a utilização de outro satélite meteorológico, já que o GOES 10 será desativado agora em dezembro.

Duda Falcão

Brasil Tem Dez Dias para Apresentar Proposta
de Uso de Satélite Americano

Da Redação, com BandNews FM
cidades@eband.com.br
25/11/2009 -09h45

Os Estados Unidos pedem ao governo brasileiro que apresente em dez dias uma proposta para o uso de um novo satélite americano destinado à previsão do tempo. Reportagem de Marcelo Freitas, BandNews FM, revelou na segunda-feira com exclusividade que o GOES-10, principal satélite de monitoramento climático da América do Sul, vai ser desativado em dezembro.

As imagens meteorológicas, atualmente atualizadas a cada 15 minutos, passariam a ser recebidas em até três horas, e haveria prejuízo à agricultura, previsão de tempestades, enchentes e queimadas. Mas ao contrário do que ocorreu há dois anos, quando o equipamento foi liberado de graça, os americanos querem cobrar para reposicionar o satélite substituto, chamado de GOES-12.

O ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Resende, mantém contato com o governo americano desde a semana passada, embora tenha sido informado da desativação do satélite há cinco meses.

Resende nega que as previsões do tempo serão prejudicadas: “Isso não vai acontecer. Eu infelizmente não posso adiantar mais detalhes agora, mas isso não vai acontecer e o Inpe tem segurança de que vai ter as informações para as suas previsões meteorológicas”.

Satélite Próprio

O pesquisador do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Carlos Nobre, classifica que é errado um país com as dimensões do Brasil não tenha um satélite próprio. “É uma grande perda na nossa capacidade de previsão de tempo. Isso precisa ser dito. É caro um satélite? É caríssimo, mas nós não podemos abrir mão de ter autonomia nisso”.

O professor da Universidade Federal de Alagoas, Humberto Alvez Barbosa, alerta que a desativação do satélite ocorre num período de chuvas e que isso preocupa muito.

Existem, atualmente, dois projetos de construção de satélites meteorológicos brasileiros: o Cyber 3 tem a previsão mais otimista de lançamento para o espaço em 2011 e o Amazônia 1 está há dois anos em fase de estudos.


Fonte: Site “eband” da Rede Bandeirante

Comentário: Fora o fato do nome do satélite não ser CYBER 3 e sim CBERS-3, e o fato do mesmo e do satélite Amazônia-1 não serem satélites meteorológicos e sim de sensoriamento remoto, a notícia demonstra com propriedade uma vez mais como o governo não olha para o programa espacial como deveria e muito menos o vê como um programa estratégico. É inadmissível um país com as dimensões territoriais do Brasil não ter um satélite meteorológico próprio até hoje. Isso já deveria ter sido resolvido há décadas, independente de custos, já que esse tipo de satélite é extremamente necessário para previsões climáticas, agricultura, pecuária entre outros assuntos. É verdade que o governo está desenvolvendo o projeto do satélite GPM-Br que é baseado na Plataforma Multimissão (PMM), e que tem como objetivo atender ao “Programa Internacional de Medidas de Precipitação (Global Precipitation Measurement) - GPM”, que é um programa desenvolvido pela National Aeronautics and Space Administration - NASA e pela Japan Aerospace Exploration Agency - JAXA, e aberto à participação internacional por meio de agências espaciais e meteorológicas que visam a monitorar globalmente por meio de satélites as precipitações na atmosfera em alta resolução temporal. No entanto, o que o Brasil precisa mesmo é de um verdadeiro satélite meteorológico tipo GOES. Como ele não existe, teremos de passar por essa dificuldade esperando que o governo brasileiro, o congresso nacional e a sociedade brasileira finalmente acordem e comecem a enxergar de uma vez por todas a extrema necessidade de se investir no Programa Espacial Brasileiro.

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