Alcântara Terá Reciclagem de Lixo

Olá leitor!

Segue abaixo um artigo publicado na Revista Espaço Brasileiro (Out. Nov. Dez. de 2010), destacando que o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) terá reciclagem de lixo.

Duda Falcão

Meio Ambiente

Alcântara Terá Reciclagem de Lixo

Raíssa Lopes e Leandro Duarte


O lixo urbano, um dos principais agentes poluidores do meio ambiente, pode ser reduzido integralmente em Alcântara (MA). Esta prevista para 2011, a construção de uma usina de resíduos sólidos na cidade. O projeto pioneiro no estado do Maranhão, reciclará o lixo gerado no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no sítio do Cyclone IV e no município, criará empregos na cidade e evitará doenças.

Segundo o diretor de Transportes Espaciais e Licenciamento da Agência Espacial Brasileira, Nilo Andrade, a construção da usina esta prevista no plano diretor de implantação do CLA. “A idéia inicial era construí-la dentro do CLA. No entanto, a lei que prevê que usinas como essa sejam instaladas há uma distância mínima de 20 km de pista de pouso e decolagem de aviões e a necessidade de atendimento de tratamento dos resíduos para a comunidade, fizeram com que decidíssemos construí-la na cidade”, conta Andrade.

O Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP) foi contratado para implantação da usina. Segundo o coordenador do projeto no ITP, Gealdo Viana, a usina será a composição de tecnologias já existentes. Aproximadamente 35 técnicos de Pernambuco, São Paulo e do Maranhão estarão envolvidos no projeto. Moradores de Alcântara serão contratados para trabalharem na construção.

Um sistema de coleta seletiva de lixo será implantado na cidade. Os resíduos serão coletados tanto na zona urbana quanto na rural de Alcântara. “O lixo seco (principalmente papel, plásticos, metais, vidros e panos) será reciclado e o orgânico (geralmente restos de alimentos) transformado em energia e adubo”, explica Viana. A parte seca aproveitável dos resíduos será encaminhada para a reciclagem por indústrias.

Os resíduos orgânicos serão tratados por processo de biodigestão que resultará em fertilizantes para serem usados em hortas, pomares, jardins e cultivos agrícolas dedicados à produção de insumos para uma mini-usina de etanol que também dera construída. O etanol produzido poderá, entre outros usos, contribuir para ampliar as alternativas de transporte de passageiros, de produtos e de resíduos.

O que não for aproveitado dos resíduos, como lixo de banheiro, lixo de postos de saúde ou restos de animais deverão ser processados para geração de biogás e posterior aproveitamento energético.

A prefeitura da cidade montará uma cooperativa e selecionará pessoas para trabalharem na usina. Será oferecido treinamento para as atividades de gestão da cooperativa e para as atividades de triagem, reciclagem, compostagem e manejo de equipamentos. Haverá, também, treinamento para atividades agrícolas ligadas a hortas, pomares e culturas dedicadas à produção de etanol.

Social – O tratamento de resíduos em Alcântara é parte da estratégia de desenvolvimento sustentável para a cidade. “Com a usina pretendemos gerar empregos, incentivar o turismo, entre outros”, diz Andrade. Ele explica que com o material processado poderão ser feitos tijolos para construção civil. “A fabricação de tijolos ecológicos usando resíduos, além de gerar postos de trabalho, contribuirá para a solução do problema das moradias precárias existentes em Alcântara”. A iniciativa reduzirá o custo do programa habitacional com a economia feita na compra e transporte do material de construção.

Atualmente, a cidade apresenta um dos menores índices de desenvolvimento humano (IDH) do país, comparado a países pobres da África. A maioria dos residentes locais ainda habitam casas feitas de sapê sob o risco eminente de incêndios e doenças, como é o caso da doença de chagas que atinge aproximadamente cinco milhões de brasileiros. Com a construção da usina e a aplicação substancial de recursos financeiros e posterior renda proveniente da mesma, o município de Alcântara poderá reverter o quadro em que se encontra.

Haverá, também, um espaço multifuncional de integração social. Pretende-se que nele haja um restaurante que sirva refeições de baixo custo à população e sejam oferecidos serviços gerais – como um caixa bancário, emissão de documentação básica, pequena biblioteca com uma saleta de leitura, informática e serviços básicos de atendimento a saúde.

“Essa vai ser a primeira implantação no estado com essa característica social e ambiental. Pretendemos que se estenda a outros municípios”, conclui Andrade. Segundo o diretor, depois da usina estão planejados ainda para 2011 a construção de um hospital e uma escola em Alcântara.

Em nota: A construção de todos os empreendimentos previstos só será iniciada mediante a confirmação do governo local (Prefeitura e Estado) de que serão contratados funcionários para poder efetivamente trabalhar no local. No contrato estará incluída a necessidade de serem contratados trabalhadores locais para a fase de construção.


Fonte: Revista Espaço Brasileiro - num. 10 - Out. Nov. Dez. de 2010 - págs. 28 e 29

Comentário: Realmente a AEB estará de parabéns se esse plano sair do papel. Com certeza será muito bom para o CLA, para o PEB e principalmente para a população de Alcântara. Entretanto, apesar dessa onda ecológica toda demonstrada pela AEB nesta matéria, não foi explicado o que a mesma pretende fazer com a chuva ácida que vai cair sobre as cabeças dos maranhenses causada pelos motores do Cyclone 4, e nem se tem um plano de emergência para um eventual acidente seja com o foguete, ou mesmo com o seu deposito de combustível, que certamente estará cheio de Hidrazina, substancia que é altamente tóxica.

Comentários