INPE Realiza Monitoramento do Ar

Olá leitor!

Segue abaixo um artigo publicado na Revista Espaço Brasileiro (Out. Nov. Dez. de 2010), destacando que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) esta realizando monitoramento do ar.

Duda Falcão

INPE

INPE Realiza Monitoramento do Ar

Sistema da instituição é considerado pelos
demais centros mundiais como o mais realístico
do mundo para o monitoramento da qualidade
do ar associado às queimadas

Leandro Duarte

Queimadas sem Controle

A contaminação da atmosfera é um problema que atinge milhões de pessoas ao redor do planeta. Os mais prejudicados são aqueles que vivem nos grandes centros urbanos. Em virtude do inchaço populacional das cidades, tornaram-se necessários estudos avançados sobre poluição do ar. Por isso, o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), implantou, em 2003, o monitoramento da qualidade do ar.

O sistema é usado para determinar o nível de concentração de um grupo de poluentes – material particulado, dióxido de enxofre (SO2), monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOx), hidrocarbonetos (HC) e ozônio (O3). Essas substâncias foram selecionadas por sua maior freqüência de aparição na atmosfera e pelo efeitos adversos que causam ao meio ambiente.

Para cada um desses poluentes foram definidos padrões de qualidade do ar, ou seja, limites máximos de concentração que, quando ultrapassados, podem afetar a saúde, a segurança e o bem-estar da população, bem como ocasionar danos ao meio ambiente em geral. No Brasil, os padrões de qualidade do ar foram fixados pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). (confira a tabela)

Emissão de gases
pela indútria
Segundo o pesquisador e chefe da divisão de Modelagem e Desenvolvimento do INPE, Saulo Freitas, “o sistema do INPE é considerado pelos demais centros mundiais como o mais realístico do mundo para o monitoramento da qualidade do ar associado às queimadas”. O INPE é a única instituição do hemisfério sul que faz esse tipo de monitoramento e previsão em tempo real. Há sistemas de monitoramento de qualidade do ar em São José dos Campos (SP), em Cachoeira Paulista (SP) e em Natal (RN).

Os dados são utilizados por diversas instituições. “Temos projetos com a Petrobrás, Banco Mundial, Ministério da Saúde, Agência Espacial Americana (NASA), entre outros”, conta Saulo. Segundo ele, o sistema é usado para responder questões técnico-científicas como níveis de contaminação e relação com taxas de internamento hospitalar, impacto de aerossóis no balanço de energia e ciclo hidrológico, ciclos biogeoquímicos associados às emissões de queimadas, etc.

O monitoramento é realizado pelo Grupo de Modelagem da Atmosfera e Interfaces (GMAI) que conta com três pesquisadores, três técnicos em computação e vários estudantes de mestrado e doutorado. “Utilizamos um modelo numérico resolvido no supercomputador. Este modelo integra a previsão de tempo com a previsão de qualidade do ar”, explica Saulo.

O sistema usa informações de satélites como o National Oceanic Atmospheric Administration (NOAA) e o Land Remote Sensing Satellite (Lansat) em tempo real para estimar as emissões de queimadas e de inventários de fontes para as emissões urbanas.


Benefícios - O monitoramento da qualidade do ar por satélites traz benefícios como o monitoramento de áreas em diversas escalas e a diminuição dos custos, já que o uso de imagens de satélites é mais barato do que a implantação de estações de medidas terrestres. Outros benefícios são a determinação do trajeto espacial dos poluentes, a identificação de diversos tipos e tamanhos de poluentes existentes na atmosfera e o mapeamento das fontes de emissão destes poluentes.

No biênio 2008/2009 houve uma expressiva queda de emissões de queimadas. No entanto, em agosto deste ano foi registrado um substancial aumento que gerou índices alarmantes de qualidade em vários lugares da Amazônia, Brasil Central, Bolívia, Sul do Brasil. “O aumento das queimadas em agosto se deve a múltiplos fatores e não seria possível descrever todos ainda. Isto requer estudos posteriores”, diz Saulo. Segundo ele, sabe-se que as anomalias de calor (positiva) e de umidade (negativa) contribuíram para o aumento do número de focos.



Fonte: Revista Espaço Brasileiro - num. 10 - Out. Nov. Dez. de 2010 - págs. 10 e 11

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