Veículo Transportador de Satélites (VTS) da Coyote Rockets

Olá leitor!

Recebi no final da noite de ontem um e-mail do senhor Wagner Brito da Coyote Rockets Company, onde o mesmo faz uma descrição do novo projeto da empresa.

Trata-se do projeto do foguete VTS (Veículo Transportador de Satélites) movido a propelentes verdes (álcool etanol e oxigênio liquido) que vem se juntar aos projetos de veículos lançadores já em andamento ou não no Brasil na área de lançamentos de nano e microsatélites.

Com o projeto do VTS, começa a surgir uma corrida espacial interna no Brasil para o desenvolvimento de pequenos lançadores de satélites que em nossa opinião será muito benéfica para o país.

Vale lembrar leitor que além do VTS, existe o projeto do grupo paulista “Edge Of Space” em parceria com a empresa sérvia EdePro, também movido a propelentes verdes (Peróxido de hidrogênio e Etanol) visando colocar em órbita baixa satélites de 24kg.

Além desse, existe o projeto do Veículo Lançador de Nanosatélites - VLN MONTENEGRO (projeto aprovado pelo CNPq), da empresa Acrux Aerospace Technologies de São José dos Campos (SP), que visa colocar em órbita equatorial de 300km satélites de 10 kg e que possivelmente também será movido por propelentes verdes.

E finalmente, o maior deles, com 19 metros de altura, o Veículo Lançador de Microssatélites (VLM-1) do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), que será integralmente movido por combustível sólido, capaz de colocar microsatélites de 150 kg em órbita baixa.

Portanto leitor a corrida começou, e ficaremos na torcida para ver quem sairá na frente, apesar desses foguetes não concorrerem diretamente um com o outro.

Abaixo segue na íntegra o e-mail do senhor Wagner Brito da Coyote Rockets Company descrevendo o projeto do VTS (Veículo Transportador de Satélites).

Duda Falcão

VTS - Veículo Transportador de Satélites

O VTS é um projeto audacioso da Coyote Rockets Company, que consiste em um veículo lançador com características próprias e jamais projetado ou comentado, pelo menos aqui no Brasil.

Uma de suas característica a ser destacada, é o fato do VTS ser dotado de um motor de propulsão liquida usando álcool etanol não poluente, não tóxico por conseqüência não agride o meio ambiente.

Outra característica a ser destacada, é a união da propulsão líquida e da sólida, necessárias para otimizarem o projeto.

Como é de conhecimento de muitos, o álcool não é um combustível com tanta octanagem e por conseqüência seu ISP é moderado, e por este motivo, seriam necessários muitos litros para que o veiculo atingisse uma altitude satisfatória para um lançamento de satélite, aumentando muito o seu peso, conseqüentemente diminuído sua altitude e autonomia.

Pensando nisto, nosso projeto tem como impulso preliminar, quatro motores de combustível sólido (Perclorato de Amônia, Alumínio, Oxido de ferro e Agente de cura), os quais com queima efetiva de aproximadamente 1 minuto, serão suficientes para que o VTS alcance a mesosfera com uma velocidade acima de 7000 k/h deixando o ambiente de trabalho propício para o propulsor líquido, que só a partir deste momento será acionado.

Ao acionar o propulsor líquido, o mesmo software do microprocessador, se encarregará de acionar os ejetores dos motores sólidos que deverão cair com pára-quedas, e a partir deste procedimento o veiculo triplicará sua velocidade atingindo uma órbita baixa e compatível para o lançamento de satélites.

Noção básica do propulsor líquido batizado de CRLP (Coyote Rockets Liquid Propulsion):

Como já descrito, seu combustível principal é o álcool etanol, sendo oxidado pelo oxigênio liquido e como combustíveis secundários, a Hidrazina e o Tetróxido de Nitrogênio, que embora poluentes, a quantidade é pouco expressiva para o meio ambiente.

Esses hipergólicos, serão responsáveis pelo acionamento do turbo compressor duplo, que através de um controlador de pressão e fluxo, enviarão o combustível para a câmara, onde se dará a mistura e conseqüentemente a combustão.

Transparência e Compromisso

Nós, da Coyote Rockets, temos como missão principal, a transparência e o compromisso de informar e apresentar nossos projetos, deixando claro que nosso trabalho é real e detém fundamentos.

Quando convidado a participar da Campus Party 2011, já havíamos comentado a respeito do VES (Veiculo de Experimentos e Sondagem) que estava em fase de conclusão; Embora o convite tenha sido feito poucos dias antes do início do evento, nos esforçamos ao máximo para levar e apresentar nosso projeto ao público presente, os quais puderam apreciar de forma real , palpável e também informados do seu lançamento com transmissão ao vivo pela internet.

O CRLP 01 (em escala menor) está em fase de conclusão e logo realizaremos o teste estático, bem como estaremos postando o vídeo para que todos possam apreciar seu desempenho e eficácia.

O logotipo do VTS mostra que:

Com o nosso álcool brasileiro, poderemos ir da Lavoura ao Espaço.

Concepção Artística do VTS


Fonte: Coyote Rockets Company

Comentários

  1. Projeto digno de ganhar prêmios nacionais e internacionais. Parabens ao grupo Coyote Rockets Company. Bastante interessante, um foguete hibrido. Espero que atinjam o objetivo.

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  2. Pois é Ricardo!

    A Coyote Rockets Company é uma grata surpresa que vem juntar-se ao IAE, ao grupo “Edge Of Space” e a Acrux Aerospace Technologies na luta pelo desenvolvimento de veículos lançadores de satélites no Brasil. Dia 19/02 em horário ainda a ser definido, a Coyote Rockets estará lançando o seu Veículo Experimental de Sondagem (VES) com transmissão ao vivo. Fique atento.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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  3. Super interessante este projeto, tomara muito que saia do papel, pois o que estou observando é que os microsatélites estão conquistando mais e mais espaço no mercado mundial.

    Na entrevista do presidente da Embrapa Informatica ele falou que utilizam vários satélites diferentes
    incluindo os da da empresa alemã RapidEye, que é formada por uma constelação de 5 microsatélites de sensoriamento remoto com resolução espacial de 5 m.

    Lendo um dia desses a entrevista do presidente da Opto, ele mencionou que já conseguem produzir câmeras de alta resolução espacial e que o Brasil precisa investir em satélites com mais alta resolução do que os da série CBERS.

    Agora a grande sacada, por que o INPE não contrata na indústria nacional a fabricação de alguns microsatélites, que não é muito difícil de se projetar e possui um relativo baixo custo, de Sensoriamento Remoto com alta resolução ?

    A plataforma poderia ser fabricada pela orbital engenharia + mectron + equatorial sistemas e o censor de alta resolução,+/- 5m, pela Opto Eletrônica.

    Cada um teria em média uma massa de 100 a 200 kg
    e poderia ser lançado por esses foguetes ou pelo VLS.

    Assim o Brasil teria sua verdadeira independência nessa área, principalmente nos setores da Agricultura e Defesa com baixo custo.

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  4. Olá Ramir!

    Pois é amigo, essa é a pergunta que faço constantemente e as únicas respostas que chego são falta de visão, de competência e de interesse por parte do governo. A culpa não é do INPE e nem do DCTA/IAE de estarmos nessa situação. A culpa é do governo federal e do Congresso que desde que o PEB foi criado em 1961 não entenderam o que significa um programa espacial para um país das dimensões territoriais como o Brasil. Essa gente não enxerga um palpo diante do nariz, além de ter outros interesses que em muitos casos não são tão nobres.

    Abs

    Duda Falcão
    (Blog Brazilian Space)

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