Ciência em Órbita

Olá leitor!

Segue uma notícia postada hoje (18/05) no site “Ciência Hoje On-line” destacando mais uma notícia sobre o satélite que alunos de uma escola de Ubatuba (SP) estão construindo.

Duda Falcão

Alô, Professor / Intervalo

Ciência em Órbita

Alunos de ensino fundamental constroem satélite em escola
municipal de Ubatuba (SP). Iniciativa partiu de professor de
matemática que vê necessidade de mudança na forma de
se ensinar as disciplinas exatas no Brasil

Por: Sofia Moutinho
Ciência Hoje On-line
Publicado em 18/05/2011
Atualizado em 19/05/2011

O alunos do sexto ano da escola de Ubatuba constroem um
microsatélite que ficará três meses em órbita e vai enviar uma
mensagem das crianças para a Terra. (Foto: Interorbital)

O objeto mais distante que a maioria das crianças lança ao céu é uma pipa. Mas os alunos do sexto ano da Escola Municipal Trancredo de Almeida Neves, em Ubatuba, São Paulo, lançarão muito mais alto um objeto bem mais complexo. Os estudantes formam o grupo mais jovem do mundo a iniciar a construção de um satélite.

A iniciativa pioneira foi do professor de matemática Cândido Oswaldo Moura. Ao saber que a empresa Interorbital, dos Estados Unidos, começara a vender kits de microsatélites chamados TubeSats, Moura logo teve a idéia de construir um desses com seus alunos.

“Nossa intenção é
desfazer um mito
ao colocar o aluno
em contato com a
ciência desde
muito cedo”

O intuito do professor era despertar nas crianças, por meio da prática, o interesse pela ciência e pelas disciplinas exatas. “A matemática e a ciência geral são ensinadas de uma forma errada, baseada 'na decoreba', o que faz com que sejam vistas como monstros”, diz o professor. “Nossa intenção é desfazer esse mito ao colocar o aluno em contato com a ciência desde muito cedo.”

Assim que Moura entrou em contato com a empresa dos Estados Unidos, foi avisado de que precisaria de um suporte técnico para a montagem do satélite. O professor não desanimou com a notícia e conseguiu que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) treinasse dez professores, inclusive o próprio, para a construção do objeto.

Alunos usam o tempo livre da manhã para aprender com os
professores a construir o satélite. (Foto: Cândido Moura)

O segundo passo dos professores foi ensinar aos alunos o que aprenderam. Desde o ano passado, 108 estudantes com cerca de 11 anos usam o horário livre da manhã para construir o satélite, que recebeu o nome de Ubatubasat.

No início, as crianças tiveram aulas de eletrônica e informática para montar a placa-mãe que controlará o satélite. Agora, meninos e meninas já ensaiam os primeiros protótipos do Ubatubasat.

Um dos protótipos que esta
sendo construído pelas crianças
(Foto: Cândido Moura)
As crianças estão divididas em 21 equipes de montagem. Os cinco grupos que construírem os melhores protótipos do satélite vão participar da construção da versão definitiva do Ubatubasat, que deve ser lançada em novembro, nos Estados Unidos, no lançador da Interobital.

O satélite pronto vai ter 13 cm de comprimento e pesar 750 g. Por ser um microssatélite, de estrutura simples, vai orbitar a Terra a 300 km de altitude por apenas três meses.

Moura destaca que o principal objetivo da construção do satélite é didático, por isso o Ubatubasat não vai desempenhar operações muito complexas. Quando chegar lá em cima, o pequeno satélite vai enviar à Terra a mensagem de um aluno, que ainda será escolhida por meio de um concurso entre todos os estudantes da escola.

Do Brasil para o Mundo

O projeto brasileiro já ganhou destaque internacional e foi citado na edição de janeiro da revista norte-americana especializada em satélites Sat Magazine. Moura conta que, até então, os alunos não tinham percebido a importância e raridade do que estavam fazendo.

“Para as crianças,
construir um
satélite era uma
coisa normal”

“Para as crianças, construir um satélite era uma coisa normal”, conta. “A reportagem chamou a atenção de que o que estavam fazendo não era tão comum e uma delas me perguntou intrigada: ‘Professor, nunca ninguém de Ubatuba fez um satélite?’”

Moura defende que a pergunta do aluno não deveria soar estranha e que projetos como este, que fogem do método tradicional de ensino, precisam se tornar cotidianos nas escolas brasileiras.

“Iniciativas como a nossa têm efeito a longo prazo”, diz Moura. “Daqui a dez anos, quando um aluno desses for procurar um emprego, vai poder dizer que já tem experiência na área desde pequenininho! E é isso que a gente quer, que as crianças de hoje se tornem adultos de destaque amanhã.”


Fonte: Site Ciência Hoje On-Line - http://cienciahoje.uol.com.br

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