AEB Promoverá Competição de Espaçomodelismo em 2013

Olá leitor!

Segue abaixo mais uma nota postada hoje (31/01) no site da Agência Espacial Brasileira (AEB) destacando que a AEB promoverá Competição de Espaçomodelismo em 2013.

Duda Falcão

AEB Promoverá Competição
de Espaçomodelismo em 2013


Brasília, 31 de janeiro de 2013 A Agência Espacial Brasileira (AEB) promoverá em 2013 uma competição anual de espaçomodelismo chamada CanSat Brasil. O principal objetivo do CanSat Brasil é criar oportunidades para os jovens e instituições de ensino e associativas a que estejam vinculados, para promover o uso de conhecimentos teóricos, técnicos e práticos das disciplinas relacionadas às atividades espaciais, mediante participação em competições que simulam o ciclo completo de um projeto de atividade espacial, incentivando a formação de uma força de trabalho melhor qualificada para a indústria espacial brasileira.

O evento contará com três categorias: nível fundamental, médio e universitário. Todos os níveis terão duas fases. A de nível fundamental será uma disputa com foguetes de garrafa PET lançando um kit de telemetria embarcada e os lançamentos serão feitos por uma plataforma construída pelas próprias equipes competidoras. Já a competição que abrangerá os níveis de ensino médio e universitário, consistirá em projetar uma plataforma científica que simule um satélite real. Essa plataforma é chamada de CanSat, que vem do inglês Can (lata) e Sat (satélite), e refere-se basicamente, a um pequeno satélite do tamanho de uma lata de refrigerante. No decorrer da competição, as equipes inscritas lançarão seus CanSats em altitudes de até 600m por meio de balão cativo ou foguetes.

Para participar do CanSat Brasil será necessário preencher a ficha de inscrição no site do Programa AEB Escola e atender aos critérios solicitados no anúncio do evento, com lançamento previsto até o final de maio deste ano.

Outras informações podem ser encontradas no site do Programa AEB Escola: www.aeb.gov.br/aebescola.


Fonte: Agência Espacial Brasileira (AEB)

Comentário: Curioso leitor, demos a notícia antes mesmo do que a própria agência. Mas tá aí, e agora é oficial. Mandem brasa e se escrevam.

Comentários

  1. Opa!

    O Felipe perguntou num outro artigo, se a AEB previu uma categoria específica para as Escolas Técnicas nessa competição. Já comentei em vários artigos anteriores sobre essa questão. Sou um fã das escolas técnicas, e acho que os técnicos devidamente formados deveriam ser muito mais valorizados no nosso País, em todas as áreas inclusive na aeroespacial, claro.

    Infelizmente no geral eles lembram do "ensino médio", mas não destacam as escolas técnicas, que é "algo além" no meu ponto de vista, ou seja, é o ensino médio normal mais um curso técnico em paralelo, portanto num mesmo período, o pessoal de escola técnica tem uma formação mais abrangente.

    Estive vendo no site da AEB, e cheguei a dar uma passada de olhos na documentação. Confesso que me surpreendi. Tudo está bastante detalhado e pode ser comparado com algumas especificações das competições da NASA.

    Notei duas diferenças básicas em relação à competição da NASA: por aqui, eles separaram a parte de satélites da de foguetes. Não tenho opinião formada sobre isso, pode ser bom por um lado, mas realmente não tenho opinião formada.

    No entanto, observei também que na parte relativa a satélites, categoria "ensino médio" está limitada ao uso de balões, e só os universitários vão ter o "privilégio" de usar foguetes, mesmo assim, limitados a 600 m de altitude.

    Isso coloca os nossos estudantes numa situação de extrema desvantagem quando comparados aos estudantes americanos por exemplo, cuja categoria mais básica começa com foguetes com apogeu de um milha = 1,6 km. Na minha opinião, a AEB deveria direcionar o ensino fundamental para os balões (muito melhor para experimentos científicos que garrafas pet), o ensino médio para foguetes com 1,5 km de apogeu (vide site da ACRUX - AATv1) e para as escolas técnicas e universidades, foguetes com apogeu entre 5 e 7 km de apogeu (vide site da ACRUX - AATv2)

    Se assim fosse, a AEB estaria ao mesmo tempo colocando os nossos estudantes num patamar competitivo, além de fomentar o desenvolvimento desses pequenos foguetes e principalmente seus motores, pela indústria nacional, inclusive auxiliando na baixa dos preços, tornando o foguete modelismo mais acessível.

    Sobre isso, como não tenho nenhum compromisso com quem quer que seja, posso citar algumas outras:
    - A BANDEIRANTE, que disponibiliza modelos no formato dos nossos foguetes de sondagem, o que é muito legal, sendo alguns com capacidade de atingir 900 m de apogeu, e um conceito de "mini foguetes didáticos" bem legal.
    - A SPACETECH, com um modelo do VLS bem legal, também com apogeu de 900 m.

    Sem dúvida, é melhor esse programa com essas limitações, do que nenhum programa, mas apenas a título de informação, reparem como as "high schools", "medium schools" e universidades americanas lidam com a questão:

    NASA - Student Launch Initiative

    Como realmente a AEB não faz distinção entre ensino médio e escolas técnicas, minha sugestão é que nesse primeiro momento, o pessoal de escolas técnicas entre na competição na categoria de ensino médio mesmo, o que pode ser uma vantagem.

    Mas assim que possível, sugiro que vocês das escolas técnicas, batalhem para participar junto com os estudantes de "nível superior", pressionem os diretores das escolas técnicas para mandar uma "enxurrada" de solicitações lá para a AEB para transformar a categoria "Superior" em algo como "Técnico/Superior" que seria bem mais adequada à nossa realidade.

    Um abraço.

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  2. Ainda sobre essa questão, gostaria de postar aqui uma informação e ao mesmo tempo uma sugestão para as empresas que estão desenvolvendo seus lançadores de pequeno porte.

    Como a AEB dividiu a competição entre Satélites e Foguetes, na parte relativa aos satélites, até para tornar a competição mais justa, segue aqui uma ideia usada numa outra competição americana, onde um único foguete libera várias unidades de carga útil independentes a 10.000 pés (3.000 km) de altitude.

    É um projeto bem interessante, pois acredito que essas empresas já tenham foguetes capazes de atingir esse apogeu, bastando apenas desenvolver uma plataforma de lançamento para várias cargas úteis independentes. Muito legal!

    ULA - Future Payload Planner’s Guide

    É o útimo foguete nessa lista (mais à direita)

    ULA - 2012 Rocket/Payload Lineup

    Abs.

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  3. Opa!

    Perseguindo a ideia de tratar os nossos alunos do ensino fundamental como devem (sinceramente acho que "foguetes de garrafas pet" a essa altura, são um desperdício de motivação), localizei o site do CLUBE QUARK, mais especificamente a iniciativa de um balão parcialmente controlado.

    Isso é MUITO INTERESSANTE!

    Com esse tipo de artefato custando apenas R$ 100,00, os nossos estudantes do ensino fundamental podem fazer experimentos básicos de física, além de monitoração básica sobre as condições atmosféricas da região onde são lançados, podendo até obter imagens durante o voo.

    Abs.

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  4. Não consigo mais parar de pensar nisso...

    Ainda como subsídio às iniciativas nessa área, que eu considero muito importante, gostaria de registrar:

    1 - O programa AEB Escola, tem agora um site próprio e separado (o que é bom), e ele fica aqui: www.aebescola.aeb.gov.br

    2 - Nos Estados Unidos, não por acaso, o principal patrocinador (não necessariamente em termos financeiros) da principal iniciativa de competição estudantil na área espacial a TARC (Team America Rocketry Challenge), que existe a dez anos e beneficiou cerca de 55.000 estudantes americanos, é a Associação das Indústrias Aeroespaciais lá deles, a Aerospace Industries Association.

    Reparem aqui, o "destaque" dado à participação da NASA nesses eventos, que são competições regionais, que definem os finalistas para uma competição nacional, esta sim, com uma participação preponderante da NASA.

    Reparem também, que a Embraer, contribui para a formação dos estudantes americanos nessa área !!!

    Os parâmetros da competição, são extremamente simples, ou seja: lançar um foguete a uma altitude mínima pré estabelecida, e fazer com que ele pouse suavemente numa "janela" de tempo também pré estabelecida, carregando um ovo crú (o astronauta), sem que este se quebre.

    Seria muito útil aos interesses dos nossos estudantes, do País e das próprias industrias que o mesmo tipo de espírito se manifestasse por aqui. O custo para os patrocinadores de competições regionais desse tipo seria ínfimo, e o retorno seria enorme.

    Então, conclamo os colegas de Blog, que tenham acesso à Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil, para que ela e seus membros tomem a iniciativa de fazer algo semelhante por aqui, preferencialmente sem a participação do governo!

    Eu já mandei um email para o Presidente da AIAB. Vamos ver se tem algum efeito.

    Abs.

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  5. Sobre segurança do voo

    Tendo em vista a tragédia que ocorreu recentemente em Santa Maria, devido ao pouco caso de muitos em relação às medidas preventivas de segurança, gostaria de partilhar algumas informações e preocupações.

    Mais uma vez, não sou especialista, mas sobre este assunto, entendo um pouco mais pelo fato de ter feito curso de piloto privado.

    Sempre que alguém lança um foguete amador ou balão de pesquisa, ou qualquer outro artefato que ascenda a uma altitude mensurável, está sujeito às regras de tráfego aéreo, para evitar que o lançamento de um desses artefatos não tripulados possa comprometer a segurança de aeronaves em voo.

    Exemplo: um foguete de modelismo, com apogeu previsto de 600 m, pode atingir um pequeno avião ou ultraleve, podendo causar eventualmente a sua queda e consequências. Um pequeno balão de pesquisas pode atingir altitudes muito maiores e acabar entrando no curso de uma aeronave de médio ou grande porte, podendo ter consequências imprevisíveis.

    A legislação mais simples e ao mesmo tempo mais segura em relação a esse assunto, é a inglesa que diz: o lançamento de qualquer balão de pesquisa ou foguete amador deve ser notificado por NOTAM à autoridade de voo local. Ponto.

    A americana, diz mais ou menos a mesma coisa, porém isenta os foguetes amadores da categoria "Class 1" e também os de "Class 2", sendo esses últimos apenas em situações muito favoráveis, o que eu acho meio perigoso, mas como lá as pessoas se responsabilizam pelos seu atos...

    Aqui, a legislação que existia, foi cancelada sem que uma outra estivesse pronta (????), portanto, está sendo revisada, e a própria competição da AEB, deverá expedir um NOTAM para o DECEA a cada evento.

    Eu efetivamente não sei como os lançamentos "amadores" e até de empresas, profissionais e cientistas "independentes" tem sido conduzidas até hoje por aqui, mas o fato é que até que a legislação seja novamente definida, um NOTAM deve ser emitido a cada evento de lançamento. Tanto para balões quanto para foguetes.

    Vejam o documento sobre o Projeto CanSat (páginas 7 a 9), onde fica claro que atualmente estamos sem legislação específica a respeito, portanto vale a regra do NOTAM !

    Vejam, a recomendação é: quem for efetuar um lançamento faça o NOTAM, que dá ciência a TODOS os pilotos que venham a passar por aquela área e imediações, dos lançamentos previstos. Ponto.

    Além disso, nos dias de hoje, pode-se obter cartas Aeronáuticas pela WEB (isso não existia na minha época), conhecendo essas rotas, o lugar do(s) lançamento(s) pode ser escolhido já evitando-as.

    Att.

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