Presidente da SBPC Teme Novo Corte no Orçamento da Pasta de CT&I em 2015

Olá leitor!

Segue abaixo uma pequena notícia postada ontem (23/09) no site do “Jornal da Ciência” da SBPC, destacando que o presidente da SBPC teme novo corte no orçamento da Pasta de C&T em 2015.

Duda Falcão

Presidente da SBPC Teme Novo Corte no
Orçamento da Pasta de CT&I em 2015

Helena volta a cobrar uma política de estado para evitar cortes
de recursos da área de ciência, tecnologia e inovação

Viviane Monteiro
Jornal da Ciência
Terça-feira, 23 de setembro de 2014

Em meio a ameaças de forte ajuste fiscal em 2015, em razão da perda de dinamismo da economia, a presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader, demonstra preocupação com mais um corte de recursos que se desenha para a pasta de ciência, tecnologia e inovação, no próximo ano.

“O corte de recursos, que já foi grande este ano, será muito maior no próximo ano. Essa é uma preocupação que quero compartilhar com todos”, alertou Helena, em palestra realizada sexta-feira, 19, no XIV Congresso Internacional de Cirurgia Experimental, da Sociedade Brasileira para o Desenvolvimento da Pesquisa em Cirurgia (SOBRADPEC).

Paralelamente, a esse evento foi realizado também o I Fórum de Pesquisa em Cirurgia Translacional, da Escola Paulista de Medicina (EPM), da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

Caso se confirme a perspectiva de mais um corte de recursos na área de ciência, tecnologia e inovação, a presidente da SBPC disse que irá precisar do apoio de toda a comunidade científica para reverter a situação em Brasília.

Ao discorrer sobre o tema “Estratégia para o crescimento da ciência no Brasil”, Helena voltou a cobrar uma política de estado para evitar os constantes cortes de recursos da área de ciência, tecnologia e inovação (CT&I).

Segundo Helena, a participação dos investimentos em CT&I no Brasil, que já era modesta em relação a outros países, caiu de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB), nos últimos anos, para 1,03% do total da economia. Enquanto isso, ela exemplificou, a China investe 3% do PIB na área de ciência, tecnologia e inovação.

Ainda assim, a presidente da SBPC afirma que a ciência brasileira vem cumprindo seu papel. Segundo ela, é graças à ciência que o Brasil consegue ser a 7ª economia do mundo, por intermédio dos esforços da Embrapa que alavancou o agronegócio, tornando o país o maior produtor de soja do mundo.

“Dizer que a nossa ciência é periférica é não reconhecer todos os avanços que este País já fez”, atestou Helena, rebatendo críticas. Segundo ela, a ciência da América Latina está praticamente concentrada no Brasil, ao responder por cerca de 70% da produção do total.

Plataformas do Conhecimento

Em meio a rumores de um novo corte de recursos da área de CT&I em 2015, a presidente da SBPC teme que os recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), cujos valores vêm “minguando” em decorrência das mudanças nas regras do fundo do petróleo, sejam canalizados para o fomento do programa das Plataformas do Conhecimento.

“De onde vamos tirar recursos para colocar nas Plataformas do Conhecimento?”, questiona. “Estamos formando recursos humanos de qualidade e fazendo ciência de qualidade. Mas sem investimentos não dá. E se as Plataformas do Conhecimento se tornarem a ´coqueluche do momento´ não será positivo para ciência brasileira.”

Inovação

Em sua apresentação, Helena creditou ao governo a falta de um ambiente de negócios positivo para o Brasil fazer inovação. Para ela, é necessário cobrar mais a execução das medidas anunciadas.

Nesse caso, exemplificou as estratégicas da 4ª Conferência de Ciência e Tecnologia, realizada em maio de 2010, traçadas para dinamizar a área de ciência, tecnologia e inovação.

Em outra frente, o médico João Massud Filho, presidente da Associação Brasileira de Medicina Farmacêutica (SBMF), reiterou a importância de estreitar as relações entre a universidade e empresa.

Segundo ele, em países emergentes ou subdesenvolvidos a relação entre academia e indústria ainda é considerada promíscua, cenário que se destoa do de países desenvolvidos.

Massud Filho disse que no Brasil 70% dos pesquisadores atuam nas universidades, enquanto 30% na indústria. Já nos Estados Unidos, 80% dos pesquisadores estão fora da universidade e apenas 20% na universidade.

Para ele, uma boa ciência pode gerar bons negócios. Para isso, disse ser necessário definir responsabilidade, objetivos e evitar assimetrias. “A parceria entre universidade e empresa precisa quebrar barreira em prol do desenvolvimento.”

Reforçando o posicionamento de Helena, Massud Filho disse que o Brasil só conseguirá desenvolver ciência, tecnologia e inovação se adotar uma política de governo. “O país precisa deixar de ter uma política demagógica e reduzir a burocracia e criar um planejamento estratégico.”


Fonte: Jornal da Ciência de 23/09/2014

Comentário: Veja bem leitor, temos um grande respeito pela Dra. Helena Nader já expressado publicamente aqui no Blog. Entretanto, sendo ela a líder política da Comunidade Científica do país, não posso concordar com a sua contínua postura passiva com relação às atitudes do atual desgoverno, já que este tipo de choro pela mídia não ajuda em nada e só mantém a zona de conforto que esses energúmenos precisam para continuarem a cozinha-la em Banho Maria. A Dra. Helena Nader precisa ir à luta, juntando toda a Comunidade Cientifica e Acadêmica do país num movimento que tirem esses energúmenos de sua zona de conforto, numa cruzada que se necessário for envolva passeatas em todos os estados da federação finalizando com um grande movimento em frente do Congresso Nacional. Esse choro pela mídia sobre algo que todo mundo já sabe que vai ocorrer nunca trouxe e jamais trará algo de positivo ao setor de C&T e de Educação. O caminho não é este, ou muda de postura ou continuará chorando para as paredes.

Comentários

  1. É aquela história, a SBPC, é uma sociedade civil que depende de forma quase visceral das benesses do "governo", visto que a quase totalidade da pesquisa feita no pais é feita por entidades vinculadas ao estado.

    Enquanto isso não mudar, e a sociedade civil entender que Ciência e Tecnologia é uma questão de interesse da nação e não do "governo" da vez, vai continuar sendo assim.

    O pessoal precisa entender, e rápido, a diferença entre programa de estado e programa de governo.

    Por tudo que se tem noticiado, os argentinos já definiram que o programa espacial deles é um programa de estado e não de governo.

    Se essa determinação se mantiver, não dou uma década para eles nos ultrapassarem em TODOS os aspectos. É só esperar os próximos governos de lá e constatar. A chance eles estão tendo. Vamos ver se lá eles aproveitam.

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    1. Agora sim Marcos, eu concordo com o seu comentário.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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