A Missão Amazônia em Tempo de Caos Político

Olá leitor!

A Sociedade Brasileira presencia neste momento o andamento talvez da maior crise política da história do país que, pode não só levar a queda do Governo TEMER, bem como talvez a uma intervenção militar, pelo menos até que se possa estabelecer novas eleições. E tudo isso resultado da falta de Cidadania e do Egocentrismo estupido instalado na própria Sociedade que nos levou a formação durante décadas sucessivas de maus brasileiros, resultando neste desastre político, ético e moral e da total perda da identidade brasileira, isto é, se é que já tivemos consolidada esta identidade em algum momento de nossa história.

Concepção artística do
Satélite Amazônia-1
Foi neste clima de incertezas e de total caos político e de identidade que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgou pouco antes do ‘circo pegar fogo’ a sua intenção de lançar em 2018 no espaço o primeiro dos três planejados satélites da Missão Amazônia, ou seja, o Satélite Amazônia-1.

Para quem não sabe, o Projeto do Satélite Amazônia-1 é hoje (após o enterro do Projeto do VLS-1) a maior novela do Programa Espacial Brasileiro (PEB) e remota a criação da antiga Missão Espacial Completa Brasileira (MECB) no inicio dos anos 80, quando então era denominado de Satélite de Sensoriamento Remoto-1 (SSR-1) e fazia parte dos planos iniciais desta missão que consistia na criação de um Centro Lançador de Satélites ( meta alcançada com a criação do CLA) , com o desenvolvimento de dois Satélites de Coletas de Dados , os SCDs (meta alcançada com o desenvolvimento e lançamento dos SCD-1 e 2 e ultrapassada com o desenvolvimento do SCD-2A), com o desenvolvimento de dois Satélites de Sensoriamento Remoto, os SSRs (meta jamais alcançada) e o desenvolvimento de um veiculo lançador de satélites (meta jamais finalizada e que terminou melancolicamente em um desastre que ceifou a vida de 21 técnicos do programa) e que acabou sendo dissolvida em algum  momento após a criação da  Agencia Espacial Brasileira (AEB) em 1994.

É claro que com o passar dos anos o projeto deste Satélite de Observação Terrestre sofreu diversas modificações desde a sua proposta inicial, quando era então chamado de SSR-1, e (creio eu) no inicio da primeira década deste século seu desenvolvimento foi atrelado ao desenvolvimento do projeto da Plataforma Multimissão (PMM) também do INPE, projeto este que consistia no desenvolvimento de um módulo de serviço (plataforma) capaz de suportar, em uma única estrutura, todos os equipamentos necessários à sobrevivência e à operação de satélites no espaço.

Entretanto por diversas questões de ordem tecnológica, de falta de compromisso político, de falta de recursos liberados no prazo, legislação inadequada e creio eu de restrições impostas por regras internacionais, o projeto da PMM atrasou mais de uma década, e assim o projeto do primeiro satélite desta Missão (agora segundo o INPE composta também por dois outros satélites, o Amazônia-1B e o Amazônia-2) é anunciado pelo instituto com previsão de lançamento em 2018.

Diferentemente deste trambolho francês lançado ao espaço recentemente com o título vergonhoso e fantasioso de satélite brasileiro, o Satélite Amazônia-1, apesar de não ter sido integralmente desenvolvido no Brasil (já que alguns de seus equipamentos foram adquiridos no exterior, resultado da globalização) teve toda a sua engenharia, bem como vários de seus equipamentos produzidos no Brasil, ajudando assim no desenvolvimento e solidificação do conhecimento de nossas indústrias nessa área de Satélites de Observação Terrestres de porte médio.

Segundo o que foi divulgado pelo INPE, a Missão Amazônia (como um todo) terá como objetivo fornecer dados (imagens) de sensoriamento remoto para observar e monitorar o desmatamento no país e especialmente na Região Amazônica e, também, a diversificada agricultura em todo o território nacional com uma alta taxa de revisita, buscando atuar em sinergia com os programas ambientais existentes, ou seja, em outras palavras, prover o Brasil de valiosas informações nessas áreas.

Blog BRAZILIAN SPACE ficará na torcida para que o objetivo do INPE de lançar este satélite em 2018, seja realmente alcançado, porém se em situação normal isso já não seria nada fácil, que dirá nesse clima de caos político que o país enfrenta.

Para maiores informações sobre a Missão Amazônia visite o site da mesma pelo link: http://www.inpe.br/amazonia-1/

Duda Falcão

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