Rede Clima Mapeia Oferta e Demanda de Alimentos, Água e Energia na Bacia do São Francisco

Caro leitor!

Segue agora abaixo leitor uma notícia postada ontem (24/08) no site oficial do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) destacando que a Rede Clima mapeia oferta e demanda de alimentos, água e energia na Bacia do São Francisco.

Duda Falcão

Rede Clima Mapeia Oferta e Demanda
de Alimentos, Água e Energia
na Bacia do São Francisco

Quinta-feira, 24 de Agosto de 2017

A Rede Clima (Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais), sediada no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), apresentou em agosto de 2017 os primeiros resultados da análise, identificação e mapeamento integrado e transversal da Bacia do Rio São Francisco, com foco nas estruturas de oferta e demanda de alimentos, água e energia.

Projeções climáticas mostram aumento de temperatura e diminuição da precipitação na região Nordeste do Brasil, e uma tendência ao aumento na frequência de veranicos e secas, associado a uma aridificação da região. Essas condições afetam a irrigação, a agricultura de sequeiro, a evaporação de açudes e reservatórios. Consequentemente, os cenários indicam mudanças no regime hidrológico dos rios no que tange à sua capacidade de regularização, impactando diretamente na política de outorga estabelecida para o clima presente.

O trabalho desenvolvido no âmbito do Projeto Integrativo de Segurança Hídrica, Alimentar e Energética, conta com pesquisadores de três* das 17 sub-redes da Rede Clima. O objetivo é buscar soluções sustentáveis para uma produção agrícola integrada à manutenção e bom uso dos recursos hídricos e à geração de energia, diante dos cenários de aquecimento global e mudanças climáticas no Brasil. O projeto alinha-se à abordagem Nexus, que destaca as interdependências entre a obtenção de água, energia e segurança alimentar para o bem-estar humano.

Os resultados parciais referentes à segurança hídrica consistiram na caracterização da rede hidrográfica, nascentes e massa d’água. A identificação de elementos de natureza hídrica, atrelada à classificação do uso e ocupação dos solos, permitiu calcular parcialmente as áreas de passivo ambiental (aquelas que sofreram danos e necessitam de ações para repará-los) em Áreas de Preservação Permanente (APPs). Nos 310 municípios finalizados, de um total de 546 municípios da bacia, foi constatada uma área de 1.147.689 ha de passivo, o que representa 42% da área total de APPs mapeadas.

Em relação à segurança alimentar, também foram mapeados 310 municípios (aproximadamente 42% da área da bacia). Os resultados obtidos até o momento mostram que maior parte da cobertura da Bacia do São Francisco, que engloba os biomas Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga, é de áreas antropizadas (onde o ser humano, exerce atividades sociais, econômicas e culturais sobre o ambiente) (53,8%); a vegetação natural representa 42%; 2,6% da área possui silvicultura; 0,9% é água; e 0,7% é área edificada.

A sub-rede Energias Renováveis finalizou o mapeamento do potencial de geração de energia solar e eólica em toda a bacia. A próxima etapa será a finalização do potencial de geração de energia de biomassa. Também foi feito um exaustivo trabalho de identificação e mapeamento das unidades de energia elétrica instaladas e a instalar na bacia na bacia, referentes a termoelétricas, Pequena Central Hidrelétrica (PCH), fotovoltaicas, hidroelétricas e eólicas.

As próximas etapas serão a verificação da evolução da agricultura para estimar as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) na região, em função do uso e cobertura do solo, o mapeamento de técnicas e tecnologias de produção e uso de energia na região e o desenvolvimento da metodologia de integração de todos os temas, segundo, conforme já mencionado, a abordagem Nexus.

A Rede Clima (Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais) é um programa do governo federal que visa gerar e disseminar conhecimentos para responder aos desafios das mudanças climáticas no país.

A rede envolve dezenas de grupos de pesquisa em universidades e institutos de todo o Brasil e atua para atender às necessidades nacionais de conhecimento científico sobre o tema e para dar apoio à diplomacia brasileira nas negociações internacionais. Para isso, elabora análises sobre o estado do conhecimento das mudanças climáticas no país, nos moldes dos relatórios do IPCC, porém com abordagens setoriais mais específicas, para subsidiar a formulação de políticas públicas nacionais e internacionais.

Quantificação do uso e cobertura do solo na bacia do
Rio São Francisco, mapeado pela Rede Clima.

*Recursos Hídricos, Agricultura e Energias Renováveis


Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)

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